A Travessia Petrópolis-Teresópolis está localizada na Serra dos Órgãos, dentro do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em meio à Mata Atlântica e entre as cidades serranas de Petrópolis, Guapimirim e Teresópolis, no estado do Rio de Janeiro, Brasil.
Sendo considerada por muitos como o trekking ou a caminhada de longo curso mais bonita do Brasil, a Travessia Petrópolis-Teresópolis apresenta diversos mirantes e visuais de tirar o fôlego. Com muitas subidas e descidas íngremes, é considerada uma caminhada difícil e possui cerca de 32 km ligando o município de Petrópolis ao de Teresópolis.
Este local é também um dos melhores locais do país para a prática de esportes de montanha, como escalada, caminhada e rapel, além de poder apreciar as cachoeiras locais.
A história da criação do Parque da Serra dos Órgãos remonta dos tempos antigos onde os índios eram os donos da terra.
A região da baixada, nos fundos da Baía de
Guanabara e na base das vertentes da Serra dos
Órgãos, era ocupada, até meados do séc. XVI,
por índios Tamoio, Timbira e provavelmente por índios Maracajá. Já na parte alta da serra, tem-se registro da presença
de índios Guarani e o Quilombo da Serra, que
abrigava escravos fugitivos das fazendas de cana-de-açúcar
da baixada de Magé.
A colonização da região deu-se inicialmente em Magé, no fundo da Baía de Guanabara. Em 1696, a localidade de Magé foi elevada à condição de freguesia e toda a região (as atuais Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Guapimirim, Petrópolis, Teresópolis, Sapucaia e Paraíba do Sul) era parte de Magé. A base da serra, em Guapimirim, já era, à época, ocupada por fazendas.
Apesar da ocupação da baixada litorânea em Magé, as vertentes da serra entre Magé e Petrópolis permaneceram praticamente desconhecidas pelos colonizadores até o início do séc. XVIII. O grande paredão de mais de 1.000 m da Serra do Mar, com sua vegetação fechada, constituía um obstáculo à ocupação da região.
Em 1704, foi aberto o Caminho Novo da Estrada Real que levava até o povoado de Vila Rica, atual Ouro Preto. Essa ligação ficou conhecida como Caminho Novo, porque havia um “Caminho Velho” que saía de São Paulo (aberto por volta de 1630). A viagem até Vila Rica por esse caminho durava de 60 a 70 dias, o triplo do caminho novo.
Em 1704, foi aberto o Caminho Novo da Estrada Real que levava até o povoado de Vila Rica, atual Ouro Preto. Essa ligação ficou conhecida como Caminho Novo, porque havia um “Caminho Velho” que saía de São Paulo (aberto por volta de 1630). A viagem até Vila Rica por esse caminho durava de 60 a 70 dias, o triplo do caminho novo.
No século XVIII, várias trilhas surgiram na subida da serra a partir de Guapimirim, ligando
o Frechal (hoje Bananal) a Três Córregos (hoje Teresópolis). O primeiro caminho passava pela Garganta Maria da Prata (hoje no Parque Estadual dos Três Picos) e chegava a Canoas. O segundo caminho passava pelo Soberbo e Garrafão (em trajeto próximo ao da BR-116) cruzando áreas hoje pertencentes ao Parque Nacional da Serra dos Órgãos, chegando a Boa Vista e Paquequer, onde atualmente está o bairro do Alto. Em 1841, ficou pronta a Estrada da Serra do Couto, com calçamento de 20 palmos de largura, subindo a Serra dos Órgãos, cruzando a área atual do Parnaso. Em 1852, foi implantado um posto de cobrança de impostos na trilha da Serra dos Órgãos, conhecido como Barreira da Serra do Couto.
No início do século XIX, as condições ambientais e sanitárias da planície costeira fluminense começaram a se deteriorar. Florestas devastadas, morros erodidos, riachos assoreados, mangues e pântanos mal aterrados e falta d’água periódica aumentaram a incidência de doenças no Rio de Janeiro, despertando o interesse da população pelas serras do estado, de ambiente mais ameno.
O inglês George March comprou, em 1818, uma fazenda nas encostas da Serra dos Órgãos, que se tornou famosa por receber visitas de estrangeiros por motivo de saúde ou repouso. Uma década depois, a família imperial seguiu essa tendência e começou a preparar uma cidade de veraneio, na serra, dando origem a Petrópolis.
A presença da família imperial e sua comitiva na região serrana contribuiu de forma marcante para a ocupação e desenvolvimento da região, que recebeu alguns dos primeiros investimentos em infra-estrutura do país:
O inglês George March comprou, em 1818, uma fazenda nas encostas da Serra dos Órgãos, que se tornou famosa por receber visitas de estrangeiros por motivo de saúde ou repouso. Uma década depois, a família imperial seguiu essa tendência e começou a preparar uma cidade de veraneio, na serra, dando origem a Petrópolis.
A presença da família imperial e sua comitiva na região serrana contribuiu de forma marcante para a ocupação e desenvolvimento da região, que recebeu alguns dos primeiros investimentos em infra-estrutura do país:
- Petrópolis foi uma das primeiras cidades do país a ter iluminação elétrica nas ruas.
- No rio Inhomirim, em Magé, circulou a primeira linha regular de navegação a vapor, estabelecida pela companhia Nitheroy e Inhomirim.
- O distrito de Santo Aleixo, em Magé, no entorno imediato do Parnaso, recebeu a primeira indústria de tecidos da América do Sul, a Fábrica Imperial (depois Fábrica Esther).
- A Estrada Normal da Serra da Estrela foi a primeira rodovia em montanha do país (1837).
- A primeira ferrovia brasileira, a Estrada de Ferro Mauá, ligava Guia de Pacobaíba a Raiz da Serra, com extensão de 14,5 km.
- A União e Indústria, em Petrópolis, foi a primeira estrada macadamizada (pavimento flexível) do país.
- Em 1882, foi inaugurada a Estrada de Ferro do Príncipe Grão-Pará, subindo a Serra da Estrela em sistema de cremalheira.
- Na década de 1920, a Rio-Petrópolis tornou-se a primeira rodovia asfaltada do país.
Esta primeira geração de parques brasileiros reflete a chegada ao Brasil de uma preocupação mundial com a degradação dos ambientes naturais. No início do Século XX, já era grande a preocupação, principalmente dos países industrializados, em defender seus ambientes naturais. Foram criadas áreas protegidas para a flora e a fauna, resguardando não só a vida dos ecossistemas e dos mananciais de água, mas também as belezas cênicas dos monumentos naturais. Dentro desse espírito, nascem no país os três primeiros Parques Nacionais: o de Itatiaia, em 1937, e os de Iguaçu e da Serra dos Órgãos, em 1939.
A conquista do Dedo de Deus, considerado o marco inicial da escalada no Brasil foi um feito histórico. A ascensão, por cinco moradores de Teresópolis, ao cume da “montanha impossível de ser subida” até a data de 8 de abril de 1912, foi comemorada como um grande feito patriótico, já que diversas equipes européias já haviam tentado a empreitada sem sucesso. Os conquistadores (José Teixeira Guimarães, Raul Carneiro e os irmãos Alexandre, Américo e Acácio de Oliveira) utilizaram técnicas rudimentares e não possuíam nenhum preparo específico. A equipe contou com apoio da população de Teresópolis, que doou alimentos, cobertores e acessórios. Tal feito somente foi repetido em 1931.
A primeira sugestão de criação do parque, formulada pelo Engenheiro Armando Vieira, teria
sido publicada pelo Jornal do Commercio em 25 de setembro de 1938, e afirma que “converter as cabeceiras dos rios que correm para a baixada Fluminense, para Teresópolis e para o município de Petrópolis, abrangendo as montanhas elevadas e os picos altaneiros que disputam com as Agulhas Negras de Itatiaia e os vértices agudos da Serra do Caparaó, as primazias de pontos culminantes Brasil, de onde se destacam o incon fundível Dedo de Deus, os Castelos do Açu, o Cam po das Antas, num belíssimo parque nacional que nada ficaria devendo às mais adiantadas criações desse gênero”.
Pode-se constatar que a Serra dos Órgãos era intensamente freqüentada pelos pioneiros e o principal cenário do montanhismo brasileiro no momento imediatamente anterior à criação do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. O parque foi criado durante o governo Vargas, em 30 de novembro de 1939, através do Decreto-Lei no 1.822, com uma área aproximada de 9.000 hectares, estabelecendo que ocuparia terras dos municípios de Teresópolis, Petrópolis e Magé (Guapimirim se emancipou posteriormente de Magé). O decreto estabeleceu que “a área do parque seria fixada depois do indispensável reconhecimento e estudo da região feita sob a orientação do Serviço Florestal”.
O Parnaso não teve nenhum antecedente de intervenção pública em sua área, como são os casos de muitas outras Unidades de Conservação – UC, inclusive os dois outros parques de sua geração, Itatiaia e Iguaçu. Entre os motivos listados para a criação do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, descritos no processo de delimitação do parque, estão a beleza cênica dos seus maciços rochosos, a proteção de mata primária e floresta pluvial montana, a riqueza da flora e da fauna e a contribuição para a manutenção climática regional.
Somente em 2 de agosto de 1984, o Decreto nº 90.023 definiu, com 45 anos de atraso, os limites geográficos precisos da UC, que teve sua área delimitada com 10.527 hectares (105 km²). O longo período sem definição dos limites contribuiu para agravar os problemas fundiários e ocupações humanas que duram até hoje, especialmente nas localidades do Garrafão, no município de Guapimirim, e Bonfim, em Petrópolis.
A implantação das estruturas físicas do PARNASO teve início na década de 1940, que recebeu grande infra-estrutura. Entre 1942 e 1950, o PARNASO experimentou fase de grandes recursos financeiros, dispondo de somas que ultrapassavam as da própria arrecadação municipal de Teresópolis, assim contando com autonomia para contratar a mão-de-obra julgada necessária. Atraídos pelos salários relativamente altos, cerca de 100 trabalhadores esforçavam-se para manter os seus empregos.
O projeto paisagístico incluiu a piscina natural, vias internas e jardins. É interessante observar que nos jardins foram utilizadas diversas espécies exóticas, evidenciando a ainda imatura visão sobre o papel dos parques nacionais como áreas de conservação da flora nativa.
Até a década de 1950, o Parnaso era um cartão de visitas do Governo brasileiro, recebendo freqüentemente a visita de embaixadores, ministros de Estado e diversos presidentes da República. Nos abrigos, garçons de smoking atendiam às autoridades que subiam a trilha do Sino em lombo de mulas.
A transferência da Capital Federal para Brasília, em 1960, marca o início da decadência administrativa do PARNASO. Durante as décadas de 1960 e 1970, grande parte da estrutura foi abandonada, depredada ou demolida, como os abrigos de montanha e algumas casas funcionais nas sedes Teresópolis e Guapimirim.
A partir de década de 1980, diversas ações de gestão restabeleceram a importância do PARNASO, como a elaboração do plano de manejo, ações de regularização fundiária e melhoria da infra-estrutura.
A década de 1990 foi um período de recuperação da estrutura física, com restauração dos prédios antigos, construção do Centro de Operações, Casa do Montanhista, transformação do Abrigo Paquequer na Pousada Refúgio do Parque, implantação do auditório “O Guarani” e do Centro de Visitantes.
O início do século XXI é de desafios na área de conservação e manejo do parque. O PARNASO vem consolidando sua posição de referência nacional em gestão da pesquisa científica e inicia estudos para ampliação do parque e atualização do Plano de Manejo.
- O nome Serra dos Órgãos vem da semelhança dos picos da serra com os tubos de órgãos presentes em igrejas.
(órgão presente em igrejas na foto acima - Fonte: Google) |
- Criado em 30 de novembro de 1939, o PARNASO é o terceiro parque mais antigo do país (Itatiaia em 1937 e Iguaçú, também em 1939, o antecederam).
- O Parque tem a maior rede de trilhas do Brasil. São mais de 200 km de trilhas em todos os níveis de dificuldade: desde a trilha suspensa, acessível até a cadeirantes, até a pesada Travessia Petrópolis-Teresópolis, com 32 km de subidas e descidas pela parte alta das montanhas.
- Com 1.692 m de altitude, o Pico do Dedo de Deus é um símbolo do estado do Rio de Janeiro, figurando na bandeira e no brasão do mesmo. Seu contorno se assemelha a uma mão apontando o dedo indicador para o céu e, em dias de tempo bom, é possível visualizá-lo da capital, por trás da ponte Rio-Niterói.
(Dedos de Deus no Brasão da bandeira do Estado do Rio de Janeiro - Fonte: Google) |
- O PARNASO também possui mais de 130 vias de escaladas, com vias e big walls (paredes cuja subida exige mais de um dia) que estão entre as melhores e mais desafiadoras do país. A maioria possui acesso gratuito e alguns dos destaques são a Pedra do Sino (em especial a via Terra de Gigantes), o Dedo de Deus (com 1.692 m de altitude e considerado o marco inicial da escalada no país) e a Agulha do Diabo (eleita uma das 15 melhores escaladas em rocha do mundo).
(Agulha do Diabo - Fonte: Google) |
- O Parque abriga o maior número de quedas d’água do estado, com grande variedade de cachoeiras e piscinas naturais.
- Para realizar a travessia, o sentido mais recomendado é Petrópolis-Teresópolis e não o contrário. Isso porque a vista mais bonita é nessa direção, sem contar que o grau de dificuldade é menor.
- O Parque Nacional da Serra dos Órgãos protege uma das mais importantes áreas da Mata Atlântica, um dos cinco hotspots de biodiversidade mais ameaçados do planeta e
de importância reconhecida internacionalmente através da Reserva da Biosfera. Ele abriga mais de 2.800 espécies de plantas catalogadas pela ciência, 462 espécies de aves, 105 de mamíferos, 103 de anfíbios e 83 de répteis, incluindo 130 animais ameaçados de extinção e muitas espécies endêmicas (que só ocorrem neste local).
- O Parque Nacional da Serra dos Órgãos protege uma das mais importantes áreas da Mata Atlântica, um dos cinco hotspots de biodiversidade mais ameaçados do planeta e
de importância reconhecida internacionalmente através da Reserva da Biosfera. Ele abriga mais de 2.800 espécies de plantas catalogadas pela ciência, 462 espécies de aves, 105 de mamíferos, 103 de anfíbios e 83 de répteis, incluindo 130 animais ameaçados de extinção e muitas espécies endêmicas (que só ocorrem neste local).
- O Parque Nacional da Serra dos Órgãos tem ainda fundamental importância na proteção dos mananciais de abastecimento da região e na estabilidade climática, beneficiando quase 700.000 habitantes dos municípios do entorno.
A região possui um dos climas mais agradáveis do Brasil, sendo caracterizado, segundo o IBGE, como tropical de altitude, ou também oceânico (tipo Cwb segundo Köppen), com temperatura média anual de 17,7 ºC e pluviosidade média de 1 816 mm/ano, concentrados entre os meses de outubro e abril, sendo dezembro o mês de maior precipitação.
O mês mais quente, fevereiro, tem temperatura média de 20,8 °C, sendo a média máxima de 26,8 °C e a mínima de 16,3 °C. E o mês mais frio, julho, de 14,3 °C, sendo 20,6 °C e 9,7 °C as médias máxima e mínima, respectivamente. Outono e primavera são estações de transição.
Para realizar a travessia, você terá as opções de ficar dentro de um dos quatro abrigos ou acampado ao redor deles. Não esqueça que para ficar dentro do abrigo é necessário verificar a disponibilidade com antecedência.
Para visitar o PARNASO, você pode ir em todas as épocas do ano, mas para aproveitar lugares diferentes.
O período ideal para fazer a Travessia Petrópolis-Teresópolis é na época mais fria do ano (maio a setembro), época em que ocorrem poucas chuvas na região e os visitantes buscam principalmente as trilhas (sejam elas curtas ou longas) e mirantes para contemplação. Além disso, é principalmente no inverno que as mais de 100 vias do PARNASO são escaladas.
Já nos meses mais quentes do ano (novembro a março) os atrativos mais procurados são as cachoeiras e poços de rios encontrados nas três sedes. As cachoeiras e poços do Rio Paquequer e seus afluentes, assim como a piscina natural atraem muitos visitantes, bem como as áreas de piquenique e trilhas curtas da Sede Teresópolis. Na Sede Guapimirim os poços do Rio Soberbo são muito procurados, assim como os poços do Rio Bonfim na Sede Petrópolis.
O Parque Nacional da Serra dos Órgãos fica aberto à visitação todos os dias do ano, das 08:00 às 17:00 horas. Além disso, visitantes que compraram ingressos antecipadamente (seja na portaria ou pelo site www.parnaso.tur.br) podem entrar na unidade entre as 06:00 e as 22:00.
Para realizar a travessia, deve-se levar:
- Roupas próprias para caminhada como tenis ou bota para trilha, agasalhos de frio como casacos, meias grossas, segunda pele, luvas e gorros
- Acessórios como garrafas para hidratação, comida, bastão de caminhada, lanterna, isolante, saco de dormir e barraca.
À noite a temperatura cai bastante e então é bom usar roupas que realmente esquentem.
Para chegar ao PARNASO, existem três principais sedes na qual é possível aproveitar o parque.
- Sede Petrópolis: A portaria da Sede Petrópolis fica no Bairro do Bonfim, em Corrêas, Petrópolis. O acesso terrestre principal é feito pela BR-040, que liga o Rio de Janeiro (RJ) a Juiz de Fora (MG). Do centro de Petrópolis até a portaria, o acesso é através da Estrada União-Indústria, que margeia o Rio Quitandinha. Deve-se tomar o acesso do Distrito de Corrêas. Para quem vem de Teresópolis o acesso é através da Rodovia BR-393 (Teresópolis-Itaipava). Chegando-se a Itaipava toma-se a direção do Centro de Petrópolis até o Distrito de Corrêas. A partir de Corrêas deve-se seguir as indicações do Bairro Bonfim. O acesso é feito por estrada de terra e trechos ruins de asfalto e paralelepípedo. A portaria do parque é a última construção na área mais alta do bairro. De ônibus a melhor opção a partir do Centro de Petrópolis é tomar um ônibus para o Terminal de Corrêas. De lá existem duas linhas que atendem ao Bonfim - a linha 611 (Bonfim) que tem ponto final a cerca de 1 km da portaria e a linha 616 (Pinheiral) que chega mais perto, até a Escola Rural do Bonfim
- Sede Teresópolis: A entrada principal do Parque Nacional da Serra dos Órgãos fica na área urbana de Teresópolis, na Avenida Rotariana s/nº (que interliga a BR-116 Rio-Bahia, na altura do km 89,5 à cidade), com acesso bem sinalizado. A entrada do parque fica ao lado da ponte sobre o Rio Paquequer, na entrada da cidade, próximo ao Mirante do Soberbo e ao Portal da Cidade. Na BR-116, sentido Rio-Teresópolis, na altura de Magé, existe a praça do pedágio administrado pela CRT, com cobrança bidirecional. Há cobrança de pedágio também no sentido Teresópolis-Magé-Teresópolis.
- Sede Guapimirim: A Sede Guapimirim está localizada no início da subida da serra - km 98,5 da BR-116, a 74 km do Rio de Janeiro. A entrada está localizada à direita da rodovia (sentido Teresópolis) e é bem sinalizada. O acesso a partir do Rio de Janeiro se dá pelas rodovias BR-040 (Rio-Petrópolis ou Rio-Juiz de Fora) e BR-116. Na BR-116, sentido Rio-Teresópolis, na altura de Magé, existe a praça do pedágio administrado pela CRT, com cobrança bidirecional.
Encarar a travessia Petrópolis-Teresópolis não é das tarefas mais fáceis de se realizar, mas além de ser um grande desafio, é também uma das travessias de montanha mais bonitas que existem.
Para esta travessia, você precisa estar preparado(a) para andar por cerca de 30 km, subindo e descendo montanha. Com certeza não é uma tarefa para iniciantes e exige um certo preparo físico para realizar.
Para realizar tal feito, contratamos uma van que fez o trajeto do Rio de Janeiro até Petrópolis, pois o início se daria por lá. No final, ele nos pegaria de volta na sede de Teresópolis.
Também fui com um grupo de escaladores que já tinha realizado a travessia diversas vezes, o Grupo de Amigos Alpinistas (GRAAL). Assim, não foi preciso o uso do guia, porém o guia é super indicado para quem desejar realizar a travessia pela primeira vez.
Enfim, após tomarmos um breve café, chegamos na sede do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO).
De lá dava para ver através de uma maquete como seria o nosso trajeto de percurso da travessia.
Hora de dar os últimos retoques para o grande início, momento agora era de ansiedade.
O percurso seria primeiramente chegar até os Castelos do Açú, em um trajeto que teria uma dificuldade mediana. Já no segundo dia o objetivo era chegar até o abrigo 4, próximo a Pedra do Sino, o ponto mais alto de todo o parque. Este dia seria o dia mais pesado devido a subida e descida entre montanhas para chegar até o abrigo. Por fim, no terceiro dia a gente iria subir a Pedra do Sino e depois descer até a sede do parque em Teresópolis. Assim, tiramos a última foto do grupo antes do início da trilha.
E assim começamos a partida, de início com uma trilha tranquila, porém conforme íamos fazendo a trilha e o sol se firmando, fazia cada vez mais calor.
Andamos até o ponto onde a trilha se dividia em Cachoeira Véu da Noiva/Gruta do Presidente e Morro do Açu. Seguimos para Morro do Açu.
No início a trilha também tinha bastante cobertura vegetal, o que amenizava o calor.
Dando aquela parada para hidratação.
Conforme os minutos iam passando, os raios de sol estavam dando cor ao Vale do Bonfim.
Até achamos uma cachoeira perdida subindo a mata.
Com um visual bonito desses, a gente acaba registrando o momento.
Conforme íamos subindo, a paisagem ficava cada vez mais bonita.
Segunda pausa para descanso!! Agora a subida ficava um pouco mais íngreme.
Com alguns minutos entre descanso e subidas, chegamos a Pedra do Queijo, uma pedra que parece ter o formato de um queijo de pole dance, só faltava a haste de metal.
Sentamos ali e esperamos o pessoal chegar aos poucos. No final a gente tirou uma foto do grupo inteiro.
No final só ficou o grupo da zoação.
Subindo de pouquinho em pouquinho, a mata já ia dando lugar a uma vegetação rasteira, típica de floresta de altitude. Com o sol o tempo todo na cabeça, o ideal era passar um filtro solar, mas eu "sabiamente" esqueci de levar, ou seja, veremos cenas dos próximos capítulos.
Ao mesmo tempo que a vegetação ficava rasteira, ficava cada vez melhor de ver a paisagem.
Após mais alguns minutos de trilha, chega-se ao ponto chamado Ajax, um popnto que serve para abastecimento de água. Como não existem muitos pontos para encher de água, é melhor reabastecer neste ponto para não haver surpresas.
Além disso, o ponto traz uma ótima vista.
Mais uma do lugar...
Após este ponto a subida começava a ficar cada vez mais íngreme, seria esta a parte mais difícil que iríamos encontrar no primeiro dia. Este trajeto é conhecido como Isabeloca, em homenagem a uma suposta passagem pelo local da princesa Isabel em lombo de mulas. Vale ressaltar que este trecho encontra-se bastante desgastado, uma pena.
Após passarmos deste ponto, finalmente chegamos aos Castelos do Açú, um aglomerado de pedras onde é possível reabastecer de água, explorar as pedras e passar o nosso primeiro pernoite.
Mas para mim, isto mais parecia um pequeno lagarto....hahaha.
Ali tinha um abrigo também para passar o pernoite, porém, tinha que reservar com muita antecedência para conseguir vaga lá dentro.
No entorno iríamos armar a nossa barraca para fazer o pernoite.
O abrigo parecia ter boa infraestrutura, com geradores movidos a energia solar, ficamos com inveja de quem ficou lá dentro.
Enfim armamos a barraca e saímos para explorar o Castelo do Açú. Note esta estrutura rudimentar feita para ajudar a se refugiar do vento e da chuva.
Ficamos ali aproveitando até o tão esperado pôr do sol.
Não é todo dia que se pode ver o sol se por entre as montanhas.
Hora de se despedir dele, foi um belo dia, mas um pouco cansativo.
Com o fim do sol, os ventos começaram a aparecer e a temperatura cair bastante. Era o sinal para a gente fazer a nossa janta e descansar porque o segundo dia iria ser muito pesado.
Programamos para acordar cedo e começar a contemplar este magnífico nascer do sol, um espetáculo!!!
A vista do nascer no sol dos Castelos do Açú, nos dava uma vista maravilhosa de ver entre as montanhas o sol aparecendo.
Com o sol nascendo, tratamos de andar entre as pedras e apreciar o espaço entre os feixes de luz.
Não podíamos demorar muito tempo, afinal, este seria o dia mais pesado na qual subiríamos e desciríamos algumas montanhas para chegar no abrigo 4. Então tratamos de arrumar as nossas coisas e partimos para mais um dia de caminhada, não sem antes tirar uma linda foto dos Castelos do Açú.
Continuamos a nossa jornada por mais alguns minutos e já dava para ter noção do que nos aguardava, por isso demos uma pequena parada.
ATENÇÃO!!! No meio da trilha tinha uma cobra!! Quando acontecer situações como esta, nunca vá para cima dela ou tente a provocar. A cobra não irá te atacar se você não mexer com ela. Então só te restam duas opções, ou você espera ela ir embora a uma distância segura, ou você pega outro caminho da trilha a uma distância segura.
Quando a vi, confesso que fiquei um pouco paralisado, pois era algo que eu não esperava encontrar, porém, fui orientado a passar por outro lado da trilha e o fiz sem problemas. Lembre-se que ela não tem a intenção de te atacar, então não entre em conflito que ambos saem ganhando.
E depois de alguns minutos, o que a gente esperava, alguns morros que tínhamos que descer e subir novamente. Isso dava um cansaço, mas a paisagem colaborava para que déssemos continuidade a trilha.
Aos poucos, nós tínhamos acesso a algumas paisagens delumbrantes.
Eis que chegamos no lugar, que na minha opinião, era o mirante mais bonito do 2º dia. Estávamos na Pedra do Dinossauro, com a vista da Pedra do Sino e da Pedra do Garrafão.
Por que não tirar uma foto né!?
Não preciso dizer que passamos um tempo lá tirando algumas fotos né!? Com um visual desses quem não gostaria? Simplesmente fantástico!!! Mas cuidado ao passar por esses lugares, pois passei por um lugar escorregadio e acabei me estabacando no chão. Ao cair segurei nessas plantas e acabei com minha mão toda cheia de espinhos (cenas dos próximos capítulos).
Na foto a seguir dava para ver melhor a Pedra do Garrafão á direita e a Pedra do Sino à esquerda.
Agora uma descida íngreme nos aguardava, era a descida para o Vale das Antas. Nesta hora o cansaço já batia devido ao peso do mochilão aliado ao esforço. A descida parece melhor de se fazer, mas força muito o joelho.
Enfim, descemos o Vale das Antas depois de alguns minutos e encontramos uma nascente em que enchemos os nossos potes de água de novo. Ali tinha um espaço para acampar, porém o acampamento era proibido no local devido a fragilidade que existe na região. Mas foi um bom ponto de descanso para subir novamente a montanha em busca finalmente do Abrigo 4.
Na subida, tivemos a oportunidade de visualizar mais um pôr do sol entre as montanhas.
No momento, paramos de fazer a trilha para descansar e aproveitar essa beleza.
Continuando a subida íngreme, passamos por um ponto chamado cavalinho, um ponto que é necessária bastante atenção e cuidado. Depois desse ponto, podemos subir até a Pedra do Sino ou ir para o Abrigo 4. Como já estava bastante tarde, resolvemos ir para o abrigo e deixa o pico para o dia seguinte.
No entorno armamos a nossa barraca e começamos a nos preparar para a noite.
Chegando a madrugada, a temperatura caiu bastante e os acessórios de frio eram muito necessários.
Tratamos logo de dormir porque o dia seguinte seria somente para aproveitar o nascer do sol lá na Pedra do Sino. Assim, acordamos cedo e subimos o pico para ter essa vista.
O frio era grande e ventava bastante no pico, porém com o nascer do sol tudo começava a mudar.
Aos poucos o vento ia parando e o frio ia amenizando.
Com a paisagem começando a clarear, começávamos a ver melhor as montanhas. No detalhe a Verruga do Frade.
E olha o Sol imponente aparecendo.
Hora da primeira foto do grupo no pico.
Chega o dado momento em que a gente registra a conquista do ponto mais alto, a Pedra do Sino.
Que tal brincar de queda de braço?
Daqui temos a vista de parte do percurso que realizamos.
Logo o pessoal ia chegando para apreciar a vista também.
Também tínhamos a vista, apesar da nuvem não deixar ver tudo, do Parque dos Três Picos (a ponta logo acima da nuvem).
Passado o tempo, nos despedimos do pico e fomos aproveitar o restante da montanha. Ao fundo dava para ver o nosso abrigo onde colocamos as barracas.
Começamos então a explorar o Morro da Baleia.
E olha o Abrigo 4 aparecendo mais ao fundo.
Mais uma foto do grupo no morro.
Mais uma...
Mais uma...
Agora na pedra...
Ou por dentro dela...(olha como estou queimado de sol)
Depois de explorar muito o lugar, voltamos para o abrigo 4 para desfazer nossas barracas e finalmente percorrer o último trecho da travessia.
São 11 km de descida suave com direito a algumas vistas do Parque dos Três Picos e a cidade de Teresópolis. No final dela encontrei essa cachoeira na qual não sei dizer o nome. Creio que em dias chuvosos ela tenha um bom volume de água e fique mais bonita.
Cansados, chegamos finalmente na sede de Teresópolis e esperamos a van para voltarmos as nossas casas.
Aqui dava para ter noção do nosso trajeto, que não foi fácil, mas valeu muito a pena.
Lembra que uma hora escorreguei e me segurei nos espinhos de uma planta? Então está aqui o resultado. Confesso que foi um pouco ruim tirar isso tudo.
Ainda deu tempo de brincar com um bicho-pau que apareceu entre nós.
E com essa imagem do bicho-pau, finalizo minha postagem. Foi uma travessia difícil de fazer, mas que valeu muito a pena fazer. Super indico a todos que quiserem, porém sempre é bom que você esteja bem fisicamente para realizar a travessia.
Até a próxima aventura pessoal!!
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